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Luís Alberto Alves/Hourpress

quinta-feira, 27 de junho de 2013

En Vogue: banda de laboratório que já vendeu mais de 20 milhões de discos

Quarteto já vendeu mais de 20 milhões de discos


 O quarteto En Vogue de R&B é criação dos produtores Denzil Foster e Thomas McElroy. A ideia surgiu em 1989. 

 Até agosto de 2008 as meninas já tinham  vendido mais de 20 milhões de álbuns e singles  em todo o mundo. 

 Nessa caminhada ganharam muitos prêmios do que qualquer outra banda feminina na história da MTV, com um total de sete VMAs, três Soul Train Awards, dois American Music Awards e sete indicações ao Grammy. 

 Na avaliação da Billboard, En Vogue é 18º conjunto musical de maior sucesso na década de 1990, permanecendo 2.800 semanas nas paradas dessa revista. 

  Inicialmente, o conjunto era formado por Cindy Herron, Maxine Jones, Dawn Robinson e Terry Ellis, quando deram os primeiros passos em Oakland, Califórnia. Foster e McElroy visualizavam um grupo de garotas modernas no estilo dos trios das décadas de 1950 e 1960. Saíram a campo para encontrar meninas de vozes fortes, inteligentes e que se vestissem bem. Começaram a testar o talento das candidatas em 1988, entre elas Herron, Jones e Robinson que chegaram às finais. Mudaram de ideia e incluíram Ellis, tornando um quarteto. 

  O nome inicial era For You, depois mudaram para Vogue, porém acrescentaram a palavra En, pois já existia outro conjunto musical com esse nome. Em 1989 começou o trabalho para lançar o primeiro álbum, Born to Sing, que chegou ao mercado no primeiro semestre de 1990. Ele ficou em 21º lugar na Billboard 200 e primeiro na lista dos discos R&B da Billboard. O primeiro single, “Hold On” chegou às rádios no fim de fevereiro daquele ano e virou hit mundial, chegando ao segundo lugar no posto dos 100 melhores singles da Billboard e número um nas listas de singles R&B e Dance Music. Depois alcançou a quinta posição no Reino Unido e tornou se febre na Europa. 

  Os próximos dois singles, “Lies” e “You Don´t Have to Worry” foram número um na lista Billboard R&B, enquanto que o quarto e último, “Don´t Go” chegou ao terceiro lugar na mesma lista. Mais tarde o álbum ganhou o Disco de Platina, prêmio de Melhor Single de R&B do Ano, um Soul Train Award de Melhor Single do Ano/Grupo/Banda/Dupla de R&B/Urbano Contemporâneo e indicado ao Grammy por Melhor Performance Vocal de R&B por um Grupo ou Dupla. Em 1990 assinaram contrato para aparecer num comercial da Coca Diet.

  O segundo disco, Funky Divas, despontou no mercado em 1992. Os dois primeiros singles, “My Lovin´(You´re Never Gonna Get It)” e “Giving Him Something He Can Feel” estiveram no Top 10 da música Pop e alcançaram o primeiro lugar nas listas de R&B. O próximo single, “Free Your Mind” também esteve no Top 10. Os dois últimos, “Give It Up Turn It Loose” e “Love Don´t Love You” marcaram presença no Top 40. 


Lesley Gore: a estrela descoberta por Quincy Jones

O auge da carreira de Lesley foi na década de 1960




  A cantora Lesley Gore nasceu no bairro do Brooklin, Nova York, famoso por revelar diversas estrelas  da música norte americana. Porém cresceu em Tenafly, perto de New Jersey. Aos 16 anos, em 1962, acabou descoberta pelo lendário produtor musical Quincy Jones, décadas depois produtor de Michael Jackson. Tudo começou quando ela gravou algumas fitas demos como lição de canto e algumas chegaram às mãos dele. Jones ouviu  e a chamou.
                 
  Teve sorte de iniciar a carreira com uma grande equipe. O primeiro single saiu em 1963, “ It´s My Party (And I´ll If I Want To” e virou seu eterno cartão de visita. Depois gravou diversos hits no decorrer da década de 1960: “Look of Love”, “Maybe I Know” e “You do Not Own Me”. Anos mais tarde acabou indicada a Oscar por causa da canção “Out Here on My Own” no filme Fame.

  Desfrutou da fama rapidamente. Gravou o disco numa tarde de 30 de março e o ouviu a primeira vez em 6 de abril quando se dirigia à escola. Logo o hit “It´s My Party (And I´ll If I Want To)” explodiu nas paradas no prazo de uma semana. Em seguida lançou seu primeiro álbum pela Mercury Records, And I´ll If I Want to.

  No início ela tentou conviver com a fama normalmente. Logo apareceram diversas pessoas na porta de sua casa. Principalmente porque os DJs das rádios davam o seu endereço no ar: “você acabou de ouvir Lesley Gore, o docinho de Tenafly”. Muitos fãs acampavam no gramado para encontrar com ela.

  Mesmo assim, Lesley prosseguiu nos estudos. Depois gravou o single “Around Judy to Cry”, que chegou à quinta posição nas paradas. Até 1965, ela ficou na escola, mesmo lançando diversos hits como “ She is a Fool”, “This is The Way Boys Are”, “Look of Love”, “Sunshine, Lollipops and Rainbow” e “ My Town, My Guy and Me”. Porém, a que mais se destacou foi “ You Do Not Own Me”, cuja letra descreve sem remorso que as mulheres não são objetos que os homens podem possuir e controlar. O irônico é que a composição é obra da dupla John Madera e Dave White. Essa canção só perdeu nas paradas para “I Want to Hold Your Hand”, dos Beatles. 

  Por causa desse tipo de bandeira de luta, Lesley enfrentou dificuldades na indústria da música, administrada por machistas. Entretanto encontrou apoio no advogado Bella Abzug. Naquela época o feminismo ainda não era uma proposta da maioria das mulheres. Após se formar no Ensino Médio prosseguiu no Show Biz e seguiu para o Ensino Superior, cursando a Sarah Lawrence College, universidade só de mulheres. Deixou os Verões e feriados para shows, gravações e turnês. 

  Após sair do Ensino Superios  trabalhou em seriados na televisão, inclusive com Batman. Na década de 1970 investiu na composição. Saiu da Mercury Records, por vender poucos discos. Em 1972 lançou o primeiro álbum na Mowest Records, depois veio o disco Love Me By Name no ano de 1976 e The Canvas Can do Miracles em 1982. Na década de 1980 passou a escrever trilhas sonoras e acabou indicada a um Oscar no filme Fame. Entre 82 e 2005 não gravou nenhum álbum ou single. Nesse período passou a apresentar episódios de uma série de documentários chamado In The Life, com foco em questões homossexuais.





The Shangri Las: a banda brega da Pop Music


As letras da banda só abordavam histórias de relacionamentos que não davam certo



As meninas do grupo The Shangri  Las, criado  na década de 1960 pelas irmãs Mary e Betty Weiss, e Marge e Mary Ann Ganser, no bairro do Queens, Nova York, fez  muito sucesso entre 1964 e 1968. As canções exploravam bastante o melodrama, descrevendo histórias sobre relacionamentos que não deram certo, deixando corações destroçados. Um brega, porém com pitadas de modernidade na época.  O estopim para criação da banda foi a Andrew Jackson High School onde as quatro garotas estudavam, a maioria com 12 anos de idade. 

  Viraram amigas e dividiam o amor pela música. Antes de 1963 o grupo ainda não tinha nome. Adotaram The Shangri Las no final daquele ano. Começaram a fazer shows na escola  e a aparecer nos concursos de caça talentos. Logo chamaram a atenção de Artie Ripp, que as levou para Kama Sutra Records, onde lançaram o primeiro disco. 

  Gravaram hit “Simon Says” em dezembro de 1963, mas em abril de 1964 George Shadow Morton fez uma demo com a canção “Remember “(Walking In The Sand)” e apresentou a faixa aos gerentes da Red Bird Records. Eles gostaram da banda. As meninas saíram da Kama Sutra Records e ficaram cinco anos na nova casa. Nessa época as integrantes do grupo já tinham entre 15 e 17 anos. 

 Para melhorar a qualidade da música, Morton junto com Jeff Barry e Artie Ripp fizeram uma versão melancólica descrevendo uma paixão amorosa de adolescente de verão, trazendo ao fundo sons de gaivotas e ondas de praia. Em setembro de 1964 o hit alcançou os primeiros lugares na parada da Billboard Hot 100. No mês seguinte chegou à 14ª posição no Reino Unido. “Remember (Walking In The Sand)” entrou na 404º lugar na lista das 500 Melhores Músicas de Todos os Tempos pela revista Rolling Stone. Nessa fase, Betty Weiss não se apresentava com o conjunto, que acabou conhecido como trio. Ela retornou no começo de 1965.

 Depois as Shangri Las lançaram as canções “Leader of The Pack” e “Out In The Streets”. Na opinião dos críticos, elas eram consideradas um dos maiores grupos de Pop Music dos anos de 1960, intérpretes de clássicos inesquecíveis e lindas canções para os adolescentes. Alguns até exageraram em afirmarem que as meninas foram a banda feminina mais importante de todos os tempos. 

  Um dos destaques do grupo foi a canção “Leader of The Pack”, faixa título de um dos discos. Composta por Jeff Barry, Ellie Greenwich e George Morton, a trilha sonora tinha ligação com o Rock e letra triste, descrevendo o drama de uma paixão adolescente. A música chegou ao primeiro lugar da Billboard Hot 100, o único da banda a atingir essa posição. O curioso é que essa composição começava com o diálogo entre Mary e Marger falando do namoro de uma de suas amigas (Mary) com o líder de uma gangue de motoqueiros. Antes da entrada da voz principal, com Mary Weiss, a canção inicia uma trilha sonora igual uma orquestra. 

  Enquanto isso, Mary vai relatando o começo do relacionamento, e em um dos versos aparece o som de uma moto, quando então o garoto pelo qual a vocalista estava apaixonada entra em cena. No final da última estrofe, surge na trilha o som dos freios do veículo e um barulho, semelhante batida de carro, com o jovem morrendo. O final da canção traz o lamento de Mary. Descontadas as proporções é semelhante ao hit brega do cantor brasileiro Amado Batista, “Quarto de Hospital”.

  A composição chegou ao 10º lugar na parada musical do Reino Unido, depois ressurgiu em 1972 (quando a banda já não existia mais) na terceira posição e em 1976 na sétima posição. A extinta revista Cash Box  denominou as Shangri Las como o Melhor Grupo de R&B dos Estados Unidos. Nessa época promoveram a marca de cosméticos Revlon e cantaram ao lados dos Beatles, The Drifters, James Brown e visitaram o Reino Unido com Dusty Springfield e The Zombies. No começo de 1965 fizeram turnês e uma série de concertos pelos Estados Unidos e Europa.

  Nos anos seguintes os produtores da banda cometeram o erro de repetir a mesma fórmula de lançar canções falando de relacionamentos complicados, como ocorreu com o hit “Can Never Go Home Anymore”, com a letra relatando uma adolescente perdida num namoro que não deu certo, “Give Him a Great Big Kiss” e “Long Live Our Love”. A pá de cal veio com “Past, Present and Future”.  Ela não alcançou boa posição nas paradas de sucesso. Com a invasão britânica de vários grupos musicais, entre eles os Beatles, os Estados Unidos perderam o interesse pelos seus artistas. Não demorou para as Shangri Las chegarem ao fim, que ocorreu em 1968.