Reportagens com clipes descrevendo histórias de artistas famosos,
principalmente de intérpretes da Black Music, além de destacar a importância do Blues no Showbiz.
Joe e Rose Maphis
foram uma popular dupla de marido e mulher na década de 1940 e 1950, cantando
diversas canções ancorada no talento instrumental de Joe que tocava tudo sobre
cordas, especialmente guitarra dupla.
A
canção “Dim Lights, Thick Smoke (And Loud, Loud Music)” é um dos grandes
sucessos da dupla. Até a morte de Joe, em 1986, ele tocou para diversos
artistas, entre eles Rick Nelson, Tex Ritter e Wanda Jackson.
Maurice White foi um dos fundadores da Earth, Wind & Fire
Luís Alberto Alves
A
Black Music ficou mais pobre no dia 3 de fevereiro: morreu um dos fundadores da
Earth, Wind & Fire, Maurice White. Aos 74 anos, ele já estava afastado dos
palcos por causa do mal de Parkinson. Talentoso, durante várias décadas fez os
arranjos da maioria dos grandes sucessos da banda que tirou do papel em 1968 em
Chicago.
Dois
anos antes, White era baterista da banda Young Holt Unlimited, que estourou nas
paradas de todo o mundo com o hit “Soulful Strut”. Nessa época ele conheceria
Ramsey Lewis, que ao lado de White, mais tarde, escreveria canções e arranjos
de hits que viraram clássicos nos bailes de todo o mundo. Um deles é a balada
de 1975 “Reasons”, onde a bela introdução feita com clarinete a imortalizou.
Nascido em Memphis, terra da inesquecível e
legendária gravadora Stax Records, em 1941, na adolescência mudou-se para
Chicago e ali começou a trabalhar como baterista na Chess Records, quando
conheceu Ramsey Lewis. Num dos hits da Eart, Wind & Fire, gravado em 1979,
o talento de White é exposto na canção “September”, até hoje outro grande
sucesso do grupo.
No palco era difícil não reconhecê-lo, por
causa dos quase 2 metros de altura e a famosa cabeleira estilo black power. Ao
lado do irmão e contrabaixista Verdine White, o vocalista Philip Bailey (a voz
fina do hit “Reasons”), o percussionista e vocalista Ralph Johnson, manteve a
Earth, Wind & Fire no topo.
Mesmo quando a doença o afastou das
apresentações, o trio Verdine, Bailey e Johnson manteve ativo o DNA da banda,
agora com 48 anos de estrada. Com mais de 90 milhões de discos vendidos, seis
prêmios Grammy e espaço assegurado no Rock & Roll Hall of Fame, White pode
descansar em paz. Entrou para a galeria dos grandes artistas da Black Music.
Compacto simples (disco de vinil com 2 músicas) raro de Jorge Benjor, na época assinava Jorge Ben
Último desfile pela escola de samba Vai-Vai em março de 1987, ainda na Avenida Tiradentes
Folheto de divulgação de baile da equipe Tropicália em 1975
Luís Alberto Alves
Com mais de 300 mil
acessos, nestes cinco anos, posso afirmar que esteblog
blackmusicworld.blogspot.com.br é um sucesso. Em visualizações o
Brasil aparece em primeiro com 151.451 acessos, Estados Unidos com 116.258,
Alemanha com 4.759, Portugal com 2.569, Rússia com 2.026, França com 1.129,
China com 855, Reino Unido com 557, México com 374 e Japão com 372. A matéria
que mais chamou a atenção dos meus leitores foi: “A morte gosta de quem faz a
segunda voz”, com 4.444 visualizações, seguida de “Ricky Chayne, o cantor de
Mamy Blue”, com 1.442 acessos.
Mas não cheguei até
aqui ao acaso, existe trabalho de bastidores, como pesquisas e extenso arquivo
de canções que reuni em mais de 35 anos de estrada.
Desde a adolescência
gostei de estudar a história da Black Music. Nenhum segmento musical conseguiu
aglutinar tantos gêneros embaixo do seu imenso guarda-chuva. Dois dos estilos
mais famosos do mundo tiveram influências afro: Rock e Samba!
Na minha curtida juventude aprendi a manejar duas
rudimentares picapes para dar os famosos bailes de garagens, onde muitos namoros
se transformaram em casamentos. Não existia a tecnologia atual. Os efeitos eram
obtidos por meio de disco de vinil. Numa picape ele era acionado, na outra
entrava a canção. Tinha desde canto de passarinho a barulho de turbina de avião
subindo ou o estrondoso ronco das buzinas dos navios chegando ou saindo do
porto.
Para ficar sintonizado nas novidades, pois não existiam
Google, Youtube, Facebook, Orkut, Facebook, ouvia todos os dias a rádio AM
Difusora Jet Music, pertencente aos Diários Associados, dono também da rede de
televisão Tupi. A Difusora fazia programação FM numa época que não existia este
tipo de rádio no Brasil. Ali que garimpava as canções que fariam sucesso nos
bailes, principalmente as músicas lentas, que hoje são denominadas de melodias,
por causa do ritmo vagaroso.
Do salário de Office boy (na época não havia motoboys)
tirava um pouco de dinheiro para comprar os discos de vinil (cada um com 12
canções, seis de cada lado). Quando era raro, o preço subia. É como se pagasse
por um determinado CD, hoje, o equivalente a R$ 500 ou R$ 1.000,00 por causa da
sua preciosidade. Aos poucos comecei montar minha discoteca. Passei a gostar de
Black Music nesta época, por causa do balanço das músicas (os arranjos). O que
elas provocavam quando tocadas em determinados horários.
Discos de vinil raros
Lembro-me que em 1980 comprei o disco de vinil gravado
por Roy Ayers em 1978 pela Polydor Records, onde está a célebre canção “You
Send Me”, composta por Sam Cooke em 1957, desbancando Elvis Presley das paradas
na época. Era importado. Paguei o equivalente a R$ 100 em valores atuais na
loja Museu do Disco, da Rua Dom José Gaspar, quase esquina com a Avenida São
João, Centro de São Paulo. Quando a toquei no baile a primeira vez, de
madrugada, todos começaram a correr atrás das meninas para dançar. Ninguém
queria perder a chance de usar aquele hit para não voltar sozinho para casa.
LP de Vinil de Roy Ayers, onde está a regravação de "You Send Me"
Também me recordo do disco de vinil gravado pela dupla
Peaches and Herb, em 1978, em que a lenta “Reunited” estourou em todo o mundo,
principalmente nos bailes de garagem e salão no Brasil. O comprei na Rua Barão
de Itapetininga, região central de São Paulo. Cada disco tem sua história.
Passei a ser muito requisitado para fazer, inclusive, festa de casamento.
Porque o pessoal sabia que minha coleção de disco fazia a diferença de
madrugada. Conseguia tocar mais de sete horas sem repetir canções.
Em épocas especiais frequentava os bailes promovidos no
salão (hoje demolido, e na época grudado ao Shopping Bourbon, no bairro da
Pompéia, Zona Oeste da Capital paulista) do Palmeiras pela Chic Show e na Casa
de Portugal ou Club Homs pelo pessoal de Os Carlos O Som para Dançar. A Chic
Show, que chegou a ter mais de seis casas de shows em São Paulo nas décadas de
1970 e 1980, seria considerado o time do Barcelona na arte de fazer baile e Os
Carlos, o Som para Dançar, o Santos de Neymar.
Love Island, de Eumir Deodato
Outro disco raro, de 1978, do maestro Eumir Deodato, com a disputada balada "Tahiti Hunt"
Tinham as outras, Zimbabwe, Black Mad, Tranza Negra,
Galotte, Kaskatas, Sideral (que ousou trazer pela primeira vez um cantor
internacional ao Brasil, em 1978), Soul Grand Prix, Jirau, Furacão 2000, essas
últimas do Rio de Janeiro. Mas não portavam com o profissionalismo da Chic Show
e sua imensa coleção de discos, assim como Os Carlos, O Som para Dançar eram
mestres em raridades de samba-rock, numa época que se dançava muito Soul e Funk
(o dos Estados Unidos, sem o rebolado erótico e letras obscenas do atual ritmo
que nada tem de Funk, nem os arranjos musicais).
Disco de vinil de Djavan, com a primeira gravação de "Flor de Liz"
No final da década de 1970 passei a gostar de escola de
samba. Época dos desfiles na Avenida Tiradentes, Centro da Capital paulista. Em
1978 ao assistir a apresentação da Vai-Vai, e mesmo sem som no microfone do
intérprete de samba, ela conseguiu ganhar o título de campeã naquele ano,
deixando em segundo lugar sua arquirrival Camisa Verde e Branco. Dois anos
depois passei a participar dos ensaios e depois dos desfiles até 1987, quando
fui tetracampeão, ainda na Passarela da Avenida Tiradentes. No quinto ano de
Vai-Vai entrei na Ala de Compositores. Antes em 1978 comecei a aprender tocar
violão.
É neste álbum duplo que está a primeira gravação do inesquecível hit "Reasons" de 1975
Conheci ícones do samba, como Geraldo
Filme, com quem aprendi a escrever letras curtas, mas cheia de informações e
melodias gostosas, Osvaldinho da Cuíca, Nadão, Ademir, Paquera, Chapinha, Xoxão
(parceiro de samba enredo e grande talento ignorado pelas gravadoras), Branca
di Neve (antes de gravar seus dois antológicos discos que entraram para a
história do samba-rock no Brasil) e Mário Sérgio, que toca cavaquinho há vários
anos no grupo Fundo de Quintal. Com ele fui incentivado a entrar num
conservatório musical e estudar música clássica. Isto fiz no conservatório
Souza Lima, da Rua José Maria Lisboa, região da Avenida Paulista, em São Paulo.
Parceria de Chubby Cheker e Bobby Ridel de 1962
Acesso ao Gospel
Com esse pessoal aprendi a compor sambas cheio de
balanço, na linha de Tim Maia e Jorge Benjor, cantores que tive a oportunidade
de assistir muitos shows nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época era raro se
ouvir samba em rádio FM ou AM, só na época do Carnaval. Nas quadras das
escolas, o pessoal acabava formando rodas de samba e cada um apresentava suas
músicas inéditas. Caia na boca do povo e ali muitos ganhavam dinheiro vendendo
fitas K/7 (avó do CD) de suas músicas.
Segundo e último disco de Branca di Neve, com quem tive prazer de tocar na época de Vai-Vai
Acabei conhecendo um maestro, conhecido como Jacó
Guitarra, responsável pela produção do primeiro disco gravado por Angela Maria
na década de 1950 no Brasil. Ele lecionava no conservatório onde estudava.
Passei a entregar minhas músicas para que escrevesse as partituras. Ainda
na segunda metade da década de 1980 entrei na faculdade de Jornalismo. Em 1990,
quando trabalhava no extinto jornal paulistano Diário Popular, resolvi com
colegas de trabalho, fundar uma banda de carnaval, denominada Banda do Caju,
espécie de Casseta Planeta do asfalto.
Banda de carnaval que mantive até 1996
Escolhíamos um tema político da época e em cima disso a
música era composta. Um delas teve como inspiração as pernas (lindas, diga-se
de passagem) da ex-cunhada do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que teve
o mandato cassado em 1992, Thereza Collor. A folia da Banda do Caju durou até
1996.
Cantores evangélicos dos Estados Unidos
Guitarra Ibanez que esteve na maioria dos meus CDs Gospel
Apesar de estar com 35 anos, minha vida pessoal,
profissional e espiritual parecia um carro sem freios numa imensa ladeira. Era
igual o general sem tropa ou perfume sem cheiro. Resolvi me tornar cristão ou
evangélico como se diz atualmente. Passei a perceber que as igrejas
evangélicas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, investem muito na área
musical. Não deixando nenhum culto sem tocar ou cantar canções, que mais tarde
fui descobrir, eram Blues, Soul e Funk (o legítimo dos Estados Unidos).
Descobri que várias bandas que ouvia na minha
adolescência ou mesmo cantores solo, eram evangélicos nos Estados Unidos, como
Al Green, Philip Bailey (intérprete do hit “Reasons” na banda Earth, Wind And
Fire), Isley Brothers, Commodores (inclusive seu grande vocalista Lionel
Ritchie), Kool and The Gang, James Brown (pasmem), Janis Joplin, Billie Holiday,
Billy Stewart (intérprete da linda “I Do Love You”), Denicie Williams
(pastora), Little Richard, Elvis Presley, George Benson, Cissy Houston (mãe de
Whitney Houston) entre outros.
Ao estudar inglês percebi que diversas letras falavam
do poder de Jesus Cristo em mudar nossas vidas.“The Greatest of the Love All”, de
George Benson, é um exemplo disto.Em
1997 comecei a escrever letras evangélicas, a maioria Blues, Soul ou Funk Music
(o legítimo dos Estados Unidos). Porém, só em 2000 consegui lançar meu primeiro
CD, numa gravadora independente. O acaso acabou responsável por uma grande
amizade profissional com o maestro Isaias AES, dos estúdios Art&Louvor, em
São José dos Campos, SP, Brasil.
Perto do final do ano 2000, meu CD, com 12 canções,
acabou concluído pelo irmão em Cristo, Isaias AES. Em nossas conversas percebi
que ele gostava do estilo Black Music, as pegadas Funk de James Brown, Kool and
The Gang, Bar- Kays, The Gap Band, Billy Stewart e o Blue e Soul de Sam Cooke,
Roy Ayers, Al Green, Linda Clifford, Isley Brothers, GQ, Bobby Womack entre
outros.
“Donna”, namorada de Ritchie Valenz
Dai por diante passou a produzir meus CDS (neste 2013
sai o 8º, em nome de Jesus Cristo). Algumas das faixas desses álbuns coloquei
no youtube, a maioria com a batida e timbre de instrumentos das décadas de 1950
(Blues “Outro Amor”, “Eu Só Quero te Adorar”), de 1960 (Blues “Reflexão”), 1970
(Ska “Jerusalém”), 1980 (Funk “Graças”, “O Futuro a Deus Pertence”, “Não se
Canse de Interceder pela Vida de seu Irmão”), 1990 (Soul “Adoração”, Reggae
instrumental “Eternamente”, RAP “Valeu”).
Em 2008, durante minha passagem pelo jornal
paulistano Metrô News, onde ocupei o cargo de editor-chefe, passei a escrever
às segundas-feiras matérias relativas à música, trazendo ao leitor curiosidades
desse segmento, na maioria das vezes desconhecidas pelos leigos, como exemplo,
informando que Tim Maia foi quem ensinou Erasmo Carlos a tocar violão e que na
adolescência, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, junto com Roberto Carlos e o
contrabaixista Edson Trindade (autor do hit “Eu Gostava Tanto de Você”),
formaram uma banda conhecida como The Sputinik.
Passava dados como o início da carreira musical do
guitarrista Jimi Hendrix na banda de Black Music The Isley Brothers, na década
de 1960; que a canção “Donna” teve como inspiração a então namorada e grande
amor de Ritchie Valenz, morto num acidente de avião em 3 de fevereiro de 1959,
nos Estados Unidos, quando se dirigia para se apresentar no segundo show
daquela noite de sábado. Também esclarecia que o conjunto The Commodores, em
1968, era a banda de apoio do grupo The Jackson Five, onde brilhava o garotinho
Michael Jackson.
Após quase dois anos no Metrô News resolvi sair da
empresa em fevereiro de 2010. Três meses depois criei este blog e passei a
publicar todos os textos que saiam nas edições de segunda-feira do Metrô News.
A mesma atenção dispensada pelos leitores passou a ocorrer neste blog, com
internautas de todo o mundo acessando meus textos. Alguns de países distantes,
onde talvez nunca possa visitar um dia, como Finlândia, Indonésia, Ilhas Fiji,
Nova Zelândia.
Deixo aqui o meu carinho a todos vocês. Fiquem cientes de que
procuro dar o melhor em minhas pesquisas para escrever e publicar matérias que
valorizem os ricos talentos da Black Music, responsável por mais de 80% dos
estilos existentes no mundo.Comparem:
Jazz+Soul+Blues (Funk), Soul+Calypso+Blues (Reggae),
Blues+Gospel+Jazz (Soul), Blues+Gospel (Sharm), Jazz+Samba (Bossa
Nova), Jazz+Soul+Rock (RAP), Gospel+Blues (Jazz),
Rhythmn´Blues + Country (Rock and Roll), R&B+Hip-Hop (New Jack).
Os irmãos Lawrence e
Lawrencine Collins, ambos nascidos no início da década de 1940, aos 11 e 13
anos de idade já faziam a diferença na Columbia Records e nas emissoras de televisão
dos Estados Unidos. A irmã mais velha Lorrie era a mais sensual, já o menino
tinha muita energia, que despejava na guitarra, que aprendeu rapidamente.
Os dois faziam lindo
dueto em canções campestre, mais tarde mesclando para o Rockabilly, misturando
Black Music. Reverenciado por colecionadores de Rockabilly de todo o mundo,
ambos não eram apenas bons quando adolescentes, mas simplesmente excelentes
artistas para aquela época.
Buddy Holly e sua banda que inspiraram Stones e Beatles
O DJ Big Bopper
Os restos do avião que mudou para sempre a história do Rock
Luís Alberto Alves
Em alguns momentos da vida nos deparamos com a
inexplicável palavrinha “se”. Hoje aplico o “se” aos eternos ro queiros Ritchie Valenz, 17 anos, e Buddy Holly, 22 anos. Caso os dois não
tivessem morrido no fatídico início de madrugada daquele domingo de 3 de
fevereiro de 1959, na pequenina cidade de Mason, Estado de Iowa, Oeste dos
Estados Unidos, como seria (olha de novo o se aqui) o Rock atualmente? Correndo
por fora o DJ Bopper, que abriu os microfones das rádios para bandas
iniciantes.
Para os desavisados ou desconectados, Valenz
entrou para a história da música com os hits “La Bamba”, “Donna” e “We Belong
Together”. Holly e sua banda The Crickets serviram de inspiração para Beatles e
Rolling Stones. No final da década de 1950 o Rock enfrentava um clima pesado,
com Elvis Presley prestando Serviço Militar, Chuck Berry (ensinou Keith
Richards dos Stones a tocar guitarra) preso e Little Richard afastado dos
palcos.
Valenz morava numa favela no Vale de San
Fernando, periferia de Los Angeles. Filho de mexicanos, aos 15 anos mergulhou
de cabeça na música, competindo com Elvis Presley, Chuck Berry, Buddy Holly,
Little Richard, Bill Haley e Seus Cometas, Fat Domino (o homem que gravou o
primeiro rock do mundo e Sam Cooke, autor da inesquecível “You Send Me”.
Após formar a primeira banda em 1957, com dois
negros, um americano descendentes de mexicanos e outro de origem japonesa, foi
descoberto pelo produtor Bob Keane, o mesmo que apostou nos talentos de Sam
Cooke Barry White. Gravou o compacto simples (disco de vinil com apenas duas
músicas) com o hit “Come on Let´s Go”.
O ano de 1958 marcou a explosão da canção “Donna”,
cuja letra surgiu num orelhão em homenagem à colega de escola, Donna Ludwig, o
grande amor de sua vida. O hit chegou ao segundo lugar das paradas dos Estados
Unidos. Numa viagem ao México transformou na pegada de rock, a canção
folclórica “La Bamba”.
A partir dai a vida de Valenz tomou ritmo
alucinante. Para cumprir a extensa agenda de shows, só utilizando avião. Assim
poderia estar se apresentando em diversos locais numa mesma noite. Para pagar
dívidas, Buddy Holly também adota a mesma tática, usando aeronaves para vencer
rapidamente as distâncias. Prodígio, teve a ideia de deixar o contrabaixo ao
lado da bateria quando cantava ao vivo. Logo diversos artistas imitaram seus gestos.
Nos estúdios conseguia fazer milagres numa aparelhagem limitada, que só na
década de 1970, outras bandas imitariam.
Como ninguém é capaz de prever as surpresas do
destino, os três embarcaram num avião monomotor naquela madrugada de domingo, 3
de fevereiro de 1959, após saírem de um show na cidade de Clear Lake. A pressa
deixou para trás o medo da tempestade de neve, que minutos depois iria derrubar
a aeronave e provocar sua explosão numa plantação de milho.
Ali chegava ao fim a curta trajetória do
garoto pobre, morador numa favela, que rapidamente virou pop star e do
talentoso Buddy Holly, fonte de inspiração de duas das maiores bandas de rock
que o mundo já conheceu. Repito a palavrinha “se”. Caso estivesse vivos até
hoje, o showbiz teria qual cara? Stones e Beatles teriam estourado ou ficariam
restritos ao Reino Unido? Essa pergunta, infelizmente, nunca teremos
respostas!!!
Hal Kemp estava
entre os bandleaders mais populares dos anos de 1930 emplacando diversos
sucessos. Com muita sorte talento, no
lugar certo e com a pessoa certa, isto durou até dezembro de 1940, quando a
sorte o deixou. Era líder de uma banda soft em oposição ao estilo hot, do Jazz.
Foi rival de Guy Lombardo e Sammy Kaye.
Dez anos antes já havia tocado Jazz, por causa
da grana. Nascido no Alabama em 1905, desce criança focou-se na música, quando
montou sua primeira banda em 1919. Logo foi tocar na orquestra da Universidade
da Carolina do Norte.
Numa viagem transatlântica percebeu que
poderia ganhar dinheiro com a música. No retorno conheceu o príncipe de Gales,
que se sentou ao seu lado como baterista, gostou do estilo de Kemp tocar.
Apareceram várias oportunidades de trabalho. Em 1926 criou a Hal Hemp & His
Orchestra, que incluíam as feras Skinnay Ennis, Bunny Berigan e John Scott
Trotter.
O grupo tocava o Jazz puro e simples, durante
a segunda metade dos anos de 1920. Só mudou em 1930. Virou fenômeno, se
apresentando nas melhores casas noturnas dos Estados Unidos. Com excelentes
solistas que tocavam qualquer estilo. Exemplo disso é a balada “Alone”, que
virou trilha sonora de filme e cantada por Maxine Gray.
Ganharam muito
dinheiro até Trotter deixar o grupo para ser diretor musical de Bing Crosby.
Ele era expert em arranjos. O surgimento do Swing e bandas lideradas por Benny
Goodman, Tommy Dorsey e Artie Shaw mudou o cenário e acirrou a concorrência. No
final da década de 1940 a banda pensou
em adotar uma pegada mais dançante. Aos 35 anos ainda era jovem, mas na noite
de 19 de dezembro de 1940, sofreu acidente e morreu dois dias depois.
A banda continuou na estrada, estourando nas
paradas com outras canções. O cantor Bob Allen entrou. O som da Orquestra Kemp
nunca foi esquecido. Entraram para a história da música. Em 2000 saiu a
coletânea The Best of Hal Kemp and His Orchestra, trazendo 24 hits de melhor
qualidade, nos picos dos anos de 1934 a 1937, como “Where or When”.