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Luís Alberto Alves/Hourpress

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Tragedy Khadafi: rapper seguidor de Malcolm X

Antes de chegar ao Show Biz, Khadafi puxou três anos de cadeia



  O nome artístico escolhido por Percy Chapman é polêmico: Khadafi, ditador que cometeu todo tipo de atrocidade enquanto esteve no poder na Líbia, do qual saiu após seu país entrar em guerra e acabar com sua vida quando fugia num cano de esgoto. Filho de mãe solteira, nasceu num dos guetos existentes no bairro de Queens em Nova York. Porém Tragedy Khadafi cresceu ouvindo música e teve o ditador como fonte de inspiração.

  Aos nove anos de idade ouviu pela primeira vez Hip Hop, que começava ganhar corpo na Zona Sul do Bronx e outros bairros da grande metróple dos Estados Unidos.  Acabou entrando em seus ouvidos o hit “Rock The Bells”, de LL Cool J. Mas ele queria ter contato também com o RAP. Se batizando de Jadeski, e junto com o DJ Hot Day e, como The Superkids, lançou várias canções em 1986. 

  Algumas delas chegaram até Marley Marl, que o incentivou a dividir junto com DJ Hot Day e seu grupo Juice Crew algumas canções. Gravaram composições, mas depois acabou preso numa penitenciária por três anos, quando tinha apenas 16 anos. Ali começou a ler a obra de Malcolm X. Ao sair da prisão entrou na faculdade visando estudar a história dos negros, mas sem perder o amor pelo Hip Hop.

  Sentia pouco interesse em investir numa carreira musical. Porém após conhecer  Joe Fatal num show, acabou convencido pelo MC de retornar ao RAP. Assinou com a A&M Records e lançou dois álbuns usando o codinome de Intelligent Hoodlum:  1993´s Tragedy e Saga of a Hoodlum . Adotou o nome artístico de Tragedy Khadafi e passou a trabalhar com outros artistas. Nessa época descobriu a dupla Capone N Noreaga nas ruas e os ajudou a gravar, em 1997, o álbum The War Report.

  Apesar de todo o trabalho e talento, Tragedy Khadafi nunca conseguiu o reconhecimento que outros colegas artistas obtiveram.  Em 2001 lançou o CD Reportin´, seguido de Matrix Thug Matrix em 2005, e de Thug Matrix 2 e 3, o single “Luminous Flow”, os CDs Narcotic Lines, Against All Odds, Hood Father, The Death of Tragedy,  Resurrection e o single “Ny Ny”.


Mobb Deep: do RAP de raiz para a água com açúcar

Em busca de mais sucesso, deixaram as letras politizadas


  Outro destaque do Hip Hop nos Estados Unidos é o grupo Mobb Deep formado pelos rappers Prodigv e Havoc, juntos desde 1992. Também são conhecidos como The Infamous Mobb Deep. 

Do bairro de Queesbridge, Nova York, a dupla lançou o primeiro álbum, Juvenile Hell, em 1993. Já foram muito aclamados nas ruas, principalmente por descrever profundamente a cidade onde nasceram, principalmente os guetos que não aparecem muito na televisão, para passar a imagem de que nos Estados Unidos inexistem miséria e favelas. 

  Nas letras eles falam de crimes, drogas e todo tipo de problema que estão presentes em bairros miseráveis, principalmente criminosos tentando se esconder das autoridades e aliciando novos componentes para entrar nesse mundo tenebroso, de onde poucos conseguem sair vivos e lúcidos. Com essa abordagem, as canções de Mobb Deep atraíram inúmeros fãs. Porém queriam subir degraus mais elevados, chegar ao top, aos milhões e à fama. 

Deixaram o estilo hardcore, marca responsável por ganhar tantos admiradores e baixaram a bola, colocando refrões usados por artistas de R&B, as famosas fórmulas da Fast Music.

  Para se entender melhor, é o mesmo de os Racionais MCs passarem a cantar hits de amor, na linha romântica, deixando a crítica social de lado, que virou a marca registrada do grupo em todo o Brasil e até nos Estados Unidos. A guinada de  Mobb Deep resultou em perda de fãs e fracasso comercial. A crítica norte americana imaginava bom cenário para a dupla quando lançaram o disco Juvenile Hell, vendendo 40 mil cópias. O trabalho abriu as portas da Loud Records. 

  Ali lançaram, em 1995, The Infamous. Nesse álbum estão as pérolas “Shook Ones Pt.II”, “Survival of The Fittest”, “Temperature´s Rising” e “Craddle to The Grave”. Na época tornaram se referência do RAP hardcore de Nova York. No ano seguinte veio o disco Hell on Earth, com as participações de Nas, Raekwon, Method Man, Big Noyd, Illa Ghee, Gambino e Ty Knitty. As canções de destaque foram “Hell on Earth” e “God Pt.III”. Os endinheirados, ao ouvir essas duas músicas, tinham a noção exata do que é sobreviver numa favela de concreto norte americana. Resultado: ganharam o Disco de Ouro.

  O quarto disco, Murda Muzik, vendeu muito, sobressaindo as faixas “Quiet Storm (remix)”, “it´s Mine” e “U.S.A. (Aiight Then)”. Nessa bolacha tiveram as presenças de Big Noyd, Cormega, 8 Ball, Raekwon, Kool G Rap, Nas e Lil´Kim. Jantaram o Disco de Platina ao vender 1 milhão de cópias. Atingiram o terceiro lugar na tabela de discos da Billboard.

  No ano 2001 lançam o álbum Infamy. Começam a deixar de lado as letras ácidas e críticas para atingir maior número de público. Chamam Ron Isley para gravar e ficar bem com as rádios e emissoras de TV de linha mais light. Perderam muitos fãs e não agradaram o restante da massa. Era o início da descida. 

 De casa nova na Jive Records, colocam no mercado o CD Amerikaz Nightmare. Deixam bem claro a distância dos álbuns The Infamous e Hell on Earth. Algumas das canções foram produzidas por Lil´John, caracterizando o mau gosto pelo sucesso a qualquer custo. O single “Got It Twisted” é um hit vazio. O CD ficou igual sanduíche de uma famosa rede norte americana de fast food que não consegue matar por completo a fome, mesmo que seja grande. Perderam mais fãs. 

  Para selar a derrocada, ficaram sem editora e a convite do maluco 50 Cent, foram para a G Unit Records, gravadora afiliada à Interscope/Shady/Aftermath. Ali gravaram o álbum Blood Money com as participações de Nate Dogg e Mary J. Blige. O CD não agradou aos dois nem aos produtores. A nova associação e estilo não trouxeram novos admiradores nem despertou amor nos antigos fãs. Fortaleceram a crítica que desceu a lenha no grupo que moldou as bases do Hip Hop mundial. Não atingiram sucesso comercial, pois perderam a originalidade com letras fracas sem qualquer apelo junto às grandes massas que ainda moram nos guetos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

The Ronettes: trio que cantava música de "meninas"

The Ronettes ficaram imortalizadas por causa do grande sucesso "Be My Baby" na década de 1960


 
  O grupo The Ronettes durou menos de sete anos, mas deixou saudade. A cabeça era Veronica “Ronnie” Bennett, nascida em Nova York em 1943. Ou seja, tinha 17 anos quando colocou o pé na estrada ao lado da prima Nedra Talley, três anos mais nova que ela, criando a dupla The Dolly Sisters. Em 1961 aderiram ao twist quando dançavam no clube Peppermint Lounge.

  Não demoraram para assinar contrato e gravar o primeiro álbum I Want Boy One. Logo emplacaram o nome que ficaria marcado na mídia: The Ronettes. Pouco tempo depois deram as caras num disco do DJ Murray The K, Live From The Brooklin Fox. Num telefonema firmaram contrato com o produtor Phil Spector. Com o dedo dele, as meninas estouraram nas paradas dos Estados Unidos, cantando “Be My Baby”. Essa canção iria definir o som do grupo, como aquele feito para meninas, adolescentes, interpretando letras que só as jovens nesta idade compreendem, pois ainda não são adultas, mas também já deixaram de ser criança.

  O que era um defeito em Ronnie, Spector tornou numa virtude: a voz anasalada. O hit “Be My Baby” estourou nos Estados Unidos e Reino Unido. Não demorou para o trabalho de produção de disco virar caso de amor entre Spector e Ronnie. O romance provocou burburinho no Show Biz, por causa da feiura dele. Conseguiram ficar juntos menos de oito anos. O receio de perder o amor de Ronnie o fazia deixar  presa em casa. Nesse clima de paixão, as meninas gravaram o hit “Walking In The Rain” (1964) e “I Can Hear Music” (1966). 

  Em 1969 apareceram novamente com um álbum ao vivo "You Came, You Saw, You Conquered" na A&M Records. Apresentado como The Ronettes Featuring The Voice of Veronica, valorizando a voz de Ronnie, acabou virando um fracasso comercial e o sonho dela de seguir carreira solo foi para o espaço. No ano de 1971 tentou repetir a dose na Apple Records, usando o sobrenome do então marido Ronnie Spector. Em 1973 deu um pontapé nele e foi para Buda Records.

  Ali lançou outro grupo vocal, Ronnie and The Ronettes, com Diane Linton e Fields Chip. Soltaram o hit “Lover Lover”. Também apresentaram “I Wish I Never Saw The Sushine”, remake de uma canção das The Ronettes originais. Não deu certo. Com a briga entre as primeiras vocalistas do grupo e Phil Spector, a batalha durou até o primeiro semestre de 2000, quando elas receberam US$ 2,6 milhões atrasados relativos a cachês não pagos desde 1963. Dois anos mais tarde a Justiça norte americana revogou a sentença. Ronnie continuou sonhando com a carreira solo. Em 2007, as The Ronettes entraram para o Hall da fama do Rock and Roll por causa do grande sucesso da canção “Be My Baby”.