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#BMW - Morre #QuincyJones, o gênio da produção de grandes discos

Luís Alberto Alves/Hourpress

segunda-feira, 20 de maio de 2013

The Meters: a banda Funk de New Orleans

O som instrumental dos The Meters colaborou com o surgimento da Funk Music nos Estados Unidos, na década de 60

     Quando se fala em Funk Music (o som legítimo nascido nos Estados Unidos na década de 1960) não se deve esquecer da banda The Meters, de New Orleans, berço de inúmeros Bluesman. Além de contribuir para divulgação desse ritmo 53 anos atrás, também serviram de grupo de apoio para inúmeros artistas, inclusive abrindo shows para os Rolling Stones em turnês em 1975 e 1976 na Grã Bretanha. Tinha grande facilidade em hits instrumentais, enquando James Brown e Sly Stone investiam em canções vocais. 

   The Meters levava o público à loucura com o som sincopado, excelente percursão e ótimos riffs de guitarra, ganhando admiradores como o ex-Beatles Paul McCartney e Robert Palmer. Aliás, ambos utilizaram essa banda como músicos de suporte em gravações de discos. Curioso que apesar da excelente qualidade, o pessoal da The Meters nunca estourou em proporções assustadoras nas paradas de sucesso dos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, apogeu deles. 

  A maior contribuição dos The Meters é deixar um som que forneceu base para o Funk e Hip-Hop dos anos de 1980 e 1990 (esse dado desmente a mentira de que o Funk nasceu no Rio de Janeiro, como insistem alguns pseudo críticos musicais, que desconhecem os nomes das sete notas musicais). Ao longo da carreira, a banda foi liderada por Art Neville (teclado e vocais), grande figura da comunidade musical de New Orleans, Sul dos Estados Unidos. Na adolescência, época de Ensino Fundamental, já havia gravado o hit " Mardr Gras Mambo", com seu primeiro grupo, The Hawketts, na Chess Records. 

  No começo da década de 1960, eles foram para as gravadoras Specialty e Instant. Ali lançaram diversos singles, que alcançaram sucesso na região de New Orleans. Seis anos depois, Neville e os irmãos Aaron e Charles (vocalistas), Leo Nocentelli (guitarra), Joseph "Zigaboo" Modeliste (baterista) e George Porter (baixo), criaram os The Meters. Surgiram de jam sessions realizada em casas noturnas de New Orleans. Passaram algums meses usando o nome de Sounds. Logo os produtores Allen Toussaint e Marshall Sehorn os contrataram, sem os vocalistas, para músicos de esúdio da Sansu Enterprises Records.

   Na Sansu gravaram hits para Earl King, Lee Dorsey, Chris Kenner e Betty Harris. Também tocaram e gravaram por conta própria singles instrumentais para a Josie Records. São dessa época as canções "Sophisticated Cissy" e "Cissy Strut", com essa última tornando-se Top Ten na para de R&B de 1969. Depois emplacaram "Look-Ka Py Py" e "Strut Chicken". Ficaram na Josie Records até 1972. Nessa época chegaram sempre ao R&B Top 50. 

  Em seguida assinaram contrato com a Reprise Records, onde brilhavam feras como Trini Lopez entre outros. Porém preferiram na cortar laços comerciais com a Sansu Enterprises Records, optando por manter Toussaint como produtor e Sehon na gerência. Mesmo sem estourar nas paradas, continuou alto o cacife dos The Meters em sua nova casa. Participaram de gravações para Robert Palmer, Dr.John, LaBelle, King Biscuit Boy e Paul McCartney. Em 1975 lançaram o álbum Fire on the Bayou, antes já havia explodido com o hit "Hey Pocky A-Way", ganhando vários seguidores admiradores entre os críticos.

  O ano de 1975 marcou a entrada da banda no projeto Wild Tchoupitoulas com Art´s Uncle e cousin George e Amos Landry, dois membros do Mardi Gras. Landrys, os dois irmãos Neville (Aaron e Charles), Art e Cyril entraram na gravação do álbum, muito elogiado pela crítica no lançamento ocorrido em 1976. Mas os elogios não serviram para impedir o constrangimento que a banda sofreu ao apostar num som característico. Em 1977, eles deixaram Toussaint e Sehorn, para ficar no controle da direção artística de seus trabalhos. 

  Lançam o álbum New Directions. Mas os antigos produtores reivindicaram os direitos do nome da banda. Jogaram a toalha. Art e Cyril criaram o grupo The Neville Brothers, com Aaron e Charles, enquanto o trio restante ficaram como músicos em New Orleans. Modeliste virou músico profissional bem sucedido, em turnê com The New Barbarians em 1979 e mudou-se para Los Angeles durante a década de 1980.

  Na década de 1990 os The Meters se reuniram numa turnê. Russel Batiste assumiu a vaga de Modeliste na bateria. Quatro anos depois Nocentelli saiu do grupo, abrindo espaço para Brian Stoltz. Ele já havia tocado no The Neville Brothers. Até o final dos anos de 1990 eles prosseguiram realizando diversos shows. Foi nessa época que surgiram rumores do real motivo do atrito entre Art e Nocentelli: ambos não queriam que o som da banda servisse de samplers aos grupo de Hip-Hop norte-americanos.  


sábado, 18 de maio de 2013

The Rotary Connection: a banda que desprezou Woodstock



 
A voz de 5 oitavas de Minnie Riperton (agachada) era um dos destaques da banda



    A máxima que diz que se arrependimento matasse pode ser aplicada à banda The Rotary Connection. Eles se recusaram a participar do Festival de Woodstock, realizado no final da década de 1960, numa fazenda nos arredores de Nova York, reunindo uma multidão de jovens, que esgotaram todo estoque de comida e bebida da redondeza, além de entrar para história como o evento musical mais alucinado do Show Biz. 

  A banda foi fundada em 1966, em Chicago, por Marshall Chess, filho de Leonard Chess, dono da Chess Records. A coluna dorsal do grupo esteve centrada no trio de músicos do conjunto de rock The Strangers; Kenny Venegas (bateria), Mitch Aliotta (baixo) e Bobby Simms (guitarra). Depois vieram os vocalistas Sidney Barnes, Minnie Riperton e Judy Hauf.

  Barnes era compositor, Minnie ex-recepcionista no escritório de uma gravadora em Chicago, já tinha participado de uma banda chamada Gems, usando o codinome de Angela Davis. Para dirigir o bando de malucos, entrou em cena o produtor, arranjador e compositor Charles Stepney. Ele traria a habilidade dos músicos de estúdio da Chess Records, Morris Jennings (bateria), Phil Upchurch e Bobby Christian (guitarristas) e Pete Cosey, para deixar a The Rotary Connection apimentada.

  Sob batuta de Stepney, a rapaziada lançou em 1967 o álbum Rotary Connection. Chamaram a atenção da crítica os arranjos dramáticos e cadenciado de cordas. O disco contou com canções dele e de outros compositores, incluindo Barnes e Richard Rudolph, com quem Minnie teve um casal de filhos e tornou-se viúvo dela, após um câncer de mama matá-la aos 31 anos em 1979, quando estava numa bem sucedida carreira solo.

  Para criar polêmica na mídia, o grupo regravou os hits "Ruby Tuesday" (Rolling Stones) e "Like a Rolling Stone" (Bob Dylan). Seria a senha do modelo artístico que a The Rotary Connection seguiria até o seu fim em 1971. Muitos acreditaram que o álbum era dos Stones. Depois gravaram os discos Aladdin (1968) e Peace (1969) com temas natalinos, mas irônico pois era o auge da Guerra do Vietnã e cresciam os protestos contra a participação dos Estados Unidos no conflito. 

  Em 1969 lançaram os álbuns Songs (1969), Dinner Music (1970) e o que seria o último, Hey Love (1971). Cada disco da The Rotary Connection tem particularidades. "Respect" foi uma reformulação radical do original lançado por Otis Redding, transformado num dueto entre Minnie e Barnes, em cima desse hit. Em 1970, Minnie já percebia que a banda iria se acabar e tratou de investir num álbum solo Come to My Garden. Stepney morreria em 1973, aos 43 anos, sepultando qualquer possibilidade de reconstruir a banda.

  A grande sacada da The Rotaty Connection era o som psicodélico que fazia.   O grupo recebeu o convite para o Festival de Woodstock por causa disto, além, claro, de sua grande vocalista Minnie Riperton (tirem as dúvidas ouvindo o hit "Loving You", gravado por ela em 1975). Em cinco anos de estrada, sob direção artística de Charles Stepney, o conjunto mesclou Soul, Rock, Pop e Blues. 

 
   Além de cantar, o The Rotary Connection incorporava interpretações teatrais nas apresentações (descontadas as proporções, como fazia a banda de rock brasileira, Blitz, que estourou nas paradas no início da década de 1980). Para deixar  a crítica mais louca, o conjunto era racialmente misto, numa época em que a segregação nos Estados Unidos atingia o auge com as frequentes passeatas na luta Pelos Direitos Civis, com os negros exigindo inclusive o direito de votar (até início da década de 1960 eles eram proibidos de exercer esse direito em todos os estados norte-americanos, além de andarem em calçadas separadas).

  Ou seja, uma banda musical aparecer com integrantes negros e brancos juntos num palco, principalmente no Sul dos Estados Unidos, era pedir para arrumar confusão com as autoridades, além de correr o risco de linchamento após o show, dependendo da cidade. Fizeram muito sucesso no Centro-Oeste, onde sempre se apresentavam, atraindo a atenção principalmente de hippies e jovens que contestavam a entrada das Forças Armadas norte-americanas na Guerra do Vietnã.

  Na curta e polêmica carreira lançaram os seguintes discos: Rotary Connection (1967), Aladdin (1968), Peace (1968), Songs (1969), Dinner Music (1970) e Hey Love (1971). Após o fim da banda, o The Rotary Connection ganhou status de seita, com algumas pessoas adotando o estilo de vida que o grupo musical pregava enquanto estava em atividade. A recusa em participar do Festival de Woodstock resultou como num diferencial no Show Biz, visto que todo tipo de droga esteve presente na folia em que se transformou as apresentações de vários artistas, entre eles o guitarrista Jimi Hendrix tocando guitarra com a boca.


Selah Sue:o charme e a beleza da Black Music da Europa

A beleza de Selah Sue é proporcional ao seu talento, deixando a Black Music Europeia mais linda
 
   Podem ter certeza de algo: ainda existe vida inteligente na música. Mesmo com as diversas armações feitas pelos executivos que mandam no ShowBiz. Aliás, o som autêntico nunca morre. Resiste aos modismos impostos pelas gravadoras e emissoras de rádios e televisão. Os nossos ouvidos agradecem quando a charmosa e bela reggaewoman Selah Sue abre seus lindos lábios e começa a cantar e tocar seu violão, belas canções.
  
   Aos 24 anos essa Nara Leão da Bélgica, onde nasceu em maio de 1989, provocou estragos ao vender 720 mil cópias do CD de estreia Selah Sue, 320 mil delas na França. Fizeram a cabeça dos amantes da boa música, os hits " Raggamuffin", "Crazy Vibes" e "This World". Logo ganhou fama na Bélgica, França, Suíça e Holanda e no restante do mundo. Acabou ganhando o Prêmio European Border Breakers Awards (EBBA). Em janeiro de 2012 acabou escolhida como artista revelação do ano, pela revista Rolling Stone. 

   Desde os nove anos de idade, Selah (nascida Sanne Putseys) gosta de música. Aos 15 anos aprendeu a tocar violão sozinha e passou a compor as primeiras canções. Deixou o curso de Psicologia na Universidade Católica de Leuven e começou a se apresentar em pequenos bares e pubs da cidade onde nasceu. Logo veio o convívio com outros artistas e não demorou para tocar em eventos ao ar livre. 

   Conheceu o produtor e cantor belga Milow. Ele percebeu que estava diante de um diamante bruto, carecendo de lapidação. A convidou para abrir seus shows. Na Ancienne Belgique recebeu dicas de como se conduzir no palco e na estrada sinuosa do Show Biz. Milow a incentivou a escrever mais hits. Delas veio o material para o primeiro CD, lançado pela Because Music Records, e parceria com outros artistas europeus.

  Em agosto de 2012 gravou o CD Rarities, composto de versões demo e remixagens de canções de seu primeiro álbum. Emendou várias turnês, apresentando-se principalmente em grandes festivais como North Sea Jazz, Lowlands e Coachella e shows em diversos países da Europa. Alguns críticos a comparam a Janis Joplin, Amy Winehouse e Adele. Selah reconhece que teve grande influência de feras da Black Music como Erykah Badu, Lauryn Hill, The Zutons e M.I.A e também do Hip-Hop, Reggae, Ragga e Dubstep.  Outro ponto positivo foi a participação de Selah no show beneficente Help Haiti, ao lado de Ronny Mosuse, com ambos cantando a célebre " Ain´t No Sunshine", em ritmo de Reggae. Ela mostrou que realmente é uma grande artista, pois tem preocupação com os desvalidos.

  Agora em 2013 chegará ao mercado o seu segundo CD, provavelmente recheado de belas canções. Todas embaladas pelos lindos acordes que Selah tira do violão, que toca de forma maravilhosa, deixando satisfeitos os amantes do Reggae de Bob Marley, Peter Tosh e Steel Pulse. Sem sombra de dúvida, Selah Sue tem grande futuro ao apostar na Black Music, num continente onde o Pop água com açúcar prolifera em cada esquina, deixando a qualidade em segundo plano.  






sexta-feira, 17 de maio de 2013

Eddie Harris: gênio do Jazz/Pop

Harris fugiu da camisa de força do Show Biz

   Um dos grandes nomes do Jazz foi Eddie Harris
, saxofonista eclético e criativo, cuja carreira foi marcada por uma vontade incomum de experimentação de novos sons. Chegou a ser mais popular com o público do que com os críticos, que adoravam descer a madeira em seus projetos bem-sucedidos comercialmente. 

  A vantagem de Harris é ter fugido da camisa de força imposta pelo Show Biz, quando o artista fica preso a determinado seguimento musical e nunca mais consegue sair dali. Os puristas, como sempre ocorre em diversos setores, do Jazz não gostavam de sua postura. 

  Porém, ele sabia como transitar nesse campo minado, tanto com ala do Bop quanto do Cool, bem solidificado na costa Oeste dos Estados Unidos. Ciente do talento, Harris passeou pelo Jazz/Pop, Rock e Funk, além de improvisar, utilizar novos instrumentos eletrônicos, cruzar com outros tradicionais, como faz no Brasil o mago Hermeto Paschoal. 

  Os críticos escreveram artigos dizendo que ele caiu fora do que é considerado Jazz legítimo. Para tirar qualquer dúvida a seu respeito, Harris, filho de  pai cubano e mãe norte-americana de Nova Orleans (celeiro de grandes bluesman no Sul dos Estados Unidos), ficou mais conhecido por tocar saxofone tenor e introduzir esse instrumento amplificado eletricamente.  

  Harris tocava muito bem piano elétrico e órgão. Suas canções mais conhecidas são "Freedom Jazz Dance", gravada e tornada famosa por meio de Milles Davis na década de 1960, " Listen Here". Nascido em Chicago, terra de feras como Nat King Cole, Dinah Washington, Clifford Jordan, Johnny Griffin, Gene Ammons, Julian Priester e Bo Diddley, para citar alguns pesos pesados da Black Music norte-americana, Harris estudou música na DuSable High School. Depois refinou-se mais na Universidade Roosevelt, quando já tocava piano, vibrafone e saxofone tenor. 

  Na época de Serviço Militar prestado na Europa, entrou na Banda do Exército, onde já estavam Don Ellis, Leo Wright e Cedar Walton. Após concluir o compromisso com a pátria foi trabalhar em Nova York, antes de retornar a Chicago, para assinar contrato com a Vee Jay Records. Ali lançou o primeiro álbum, Exodus to Jazz, incluindo próprio arranjo de Jazz num tema de Ernest Gold. Sua versão de saxofone tenor tocou muito nas rádios, tornando o primeiro disco de Jazz a ganhar o Disco de Ouro. 

  O single subiu para a Billboard Hot 100 dos Estados Unidos e chegou ao posto 16 no chart R&B norte-americano. Não demorou para determinados críticos dizerem que o sucesso comercial de Harris ocorreu tinha saído dos bons caminhos do Jazz. Em 1964 entrou na Columbia Records e no ano seguinte assinou com a Atlantic Records. Ali gravou o álbum The Sound In, de Bop, que mostrou que seus críticos estavam errados a seu respeito.  

  Depois passou a tocar piano elétrico e saxofone, além de mesclar Jazz e Funk, vendendo bem tanto no segmento de Jazz quanto no de Rhythm and Blues. Em 1967 o disco The Electrifying Eddie Harris chegou ao segundo lugar nas paradas de R&B. A faixa " Listen Here" ficou entre as 11 mais na parada de R&B e 45 no Hot 100. Com o decorrer dos anos, ele lançou diversas versões dessa canção, incluíndo gravações de estúdio e concertos ao vivo.

   É célebre a apresentação ao lado de Les McCann no Festival de Jazz de Montreux em 1969. Mesmo sem ensaiar bastante com seus músicos, o show tornou-se o álbum Swiss Movement, lançado pela Atlantic Records. Ele ficou em segundo lugar nas paradas de R&B, como um dos mais vendidos da história do Jazz nos Estados Unidos.

  Na década de 1970 colocou a criatividade para funcionar inventando diversos instrumentos, entre os quais o trompete cana (com bocal de saxofone), saxobone (com bocal de trombone) e guitorgan (mistura de guitarra e órgão). De 1980 em diante centrou fogo nos cânticos de Blues mesclados com Jazz/Rock e gravou ao lado de estrelas como Steve Winwood, Jeff Beck, Albert Lee, Ric Grech, Zoot Money entre outros nomes do Rock. 

 A década de 1990, talvez percebendo que o fim estava próximo, como ocorreu em 1996, prosseguiu gravando na Europa, onde tinha público cativo. Aproveitou para lançar um álbum de Hard Bop. Mudou-se para Los Angeles, cidade onde morreu de câncer, aos 62 anos, deixando cravado o seu nome na história do Jazz. 



terça-feira, 14 de maio de 2013

The Herbaliser: a nitroglicerina do Hip-Hop de Londres


  A pegada da banda The Herbaliser é o Hip-Hop mesclando batidas de Jazz, Funk (legítimo dos Estados Unidos) e RAP. É a nova escola da Black Music britânica. O grupo, formado por Ollie Teeba e Jake Wherry, nasceu na década de 1990. Ao contrário de outros conjuntos, Acid Jazz, eles traçaram as raízes em cima do Jazz americano e Funk, no estilo de Roy Ayers, Johnny Pate, Ramsey Lewis, bem como na velha escola do Hip-Hop de Nova York, com feras do porte de Grandmixer D.ST e Jungle Brothers. 

  A baixista do The Herbaliser, Jake Wherry, conheceu o parceiro de grupo Ollie Teeba na Zona Sul de Londres, onde moravam. Eles reuniram algumas faixas no pequeno estúdio de Wherry, que depois passou a Ninja Tune Bosses, Mat Black e Jonathan More num clube. Pouco tempo depois assinaram contrato com a gravadora. 

  Em 1994 e 1995 lançaram vários hits, entre eles "The Hard-To-Find Real Killer Being The Bes", antes de sair o álbum de estreia, Remedies, que chamou a atenção da crítica para Ninja Tune Bosses Records. O disco captou a essência dos bailes que ocorre na Londres subterrânea, misturando livremente os estilos Funky, com Acid Jazz pesado. Os outros singles, como "Flawed Hip-Hop" e "New & Improved", concentraram-se na expanção da banda, firmada cada vez mais em Hip-Hop.

   O segundo disco veio com muito Trip-Hop, típico do som black do Reino Unido. O The Herbaliser ajudou muito artista remixar suas canções nas mãos de DJs Food e Stylus Raw, da Foremen Coldcut's Records "Atomic Moog", sendo essa a número um na parada de singles do Reino Unido. Wherry lançou hits por meio do selo parisiense Big Cheese, com o nome de The Meateaters e trabalhou com The Propheteers.

   Nas apresentações ao vivo e turnês, o The Herbaliser leva uma banda, que começou a nascer numa gravação feita em 2000, inclusive com grande destaque para o baixo de Wherry e truques de plataforma giratória  de  seu parceiro Ollie Teeba, apoiados em naipe de metais, bateria e percursão. Essa cozinha ficou mais forte em 2005, aumentou a dose três anos depois, ficando bem visível na compilação Tonic Herbal 2010. Com a mesma energia chegaram a 2012, sacudindo as pistas de dança da Europa. A grande sacada do The Herbaliser é os clipes de muita qualidade. Para tirar a dúvida veja "The Sensual Woman", onde o erotismo é explorado, mas no formato artístico, sem apelações, tudo mesclado com boa música.  





Willie Hutch: o compositor de "I´II Be There", um dos maiores sucesso da Motown Records

Willie foi produtor musical dos maiores cantores dos Estados Unidos

   Willie Hutch foi outro grande nome da Black Music norte-americana., cantor, compositor, guitarrista e produtor musical. Ainda criança mudou-se para Dallas (cidade famosa por causa do assassinato do presidente Kennedy em novembro de 1963),  Texas.

  Desde pequeno Willie já levava jeito para música, pois tinha grande habilidade em tocar instrumentos, em vez de ficar envolvido com as brincadeiras infantis, tão comuns nessa época da vida. 

   Estudou no colégio Booker T. Washington e durante a adolescência formou um grupo onde começou a cantar e compor as primeira canções Após concluir o Ensino Médio prestou Serviço Militar na Marinha, como fuzileiro naval..

  Em seguida muda-se para Los Angeles. Ali inicia sua carreira artística. Seu primeiro single, "Love Has Put Me Down", em 1964, pela Soul City Records. No ano seguinte começou a compor e produzir para a banda The Fifth Dimension. Em 1969 assina  com a RCA Records e lança o primeiro álbum solo, Soul Portrait. No ano de 1970, o produtor Hal Davis (que trabalhou na maioria dos discos dos Jackson´s Five) da Motown Records o convida para finalizar a canção " I´II Be There".

  Ele escreve a letra desse mega sucesso dos Jackson´s Five e tornou-se o single mais vendido pela Motown Records naquela época. Após essa deixa profissional, acabou contratado e ali ficou compondo e produzindo para artistas como Smokey Robinson,  Marvin Gaye, Diana Ross, Michael Jackson, Junior Walker, The Four Tops e Aretha Franklin. Ou seja estava no Dream Team da Black Music dos Estados Unidos. 

  Curiosamente, os trabalhos de maior repercussão de Willis foram trilhas sonoras dos filmes The Mack e Foxy brown, estórias violentas que retratavam a dura realidade dos negros norte-americanos. Elas acabaram sampleadas até hoje por diversos artistas Biggie Smalls, Lil´Kim, Moby, The Chemical Brothers e Chase & Status. Escreveu os hits, entre vários, "Brother´s Gonna Work It Out" (1973), "Slick" (1973), "Sunshine Lady" (1973), "If You Ain´t Got No Money  (You Can´t Get No Honey) Pt.I" (1974), "Get Ready for the Get Down" (1974), "Theme of  Foxy Brown"(1974), "Love Power" (1975), "Let Me Be The One, Baby" ( 1976), "Party Down" (1976), "Shake It, Shake It" (1977), "We Gonna Party Tonight" (1977), "All American Funkathon"(1978), "What You Gonna Do After The Party" (1978) e "In And Out" (1982).

  Em 1982, Willie compôs " Keep  The Fire Burning" para Gwen McCrae e retornou à Motown para mais três produções. Durante a década de 1990 permaneceu na gravadora fundada por Berry Gordy, que revolucionou a música Pop em todo o Mundo. Em 1994 foi para Dallas, onde continuou a tocar e se apresentar. Dez anos depois morreu. 


Duffy: cópia do relâmpago Lulu?

Um dos atrativos de Duffy, além de copiar a cantora Lulu, é a beleza

    No mundo da música copiar o concorrente é moda . Isto vem de longe. Bebeto é xerox de Jorge Benjor, Ed Motta veio na cola do talentoso tio Tim Maia, Djalma Pires de Jair Rodrigues, Jards Macalé de Moreira da Silva, que influenciou Bezerra da Silva nas letras a respeito da malandragem. 

Da maioria das cantoras de Black Music atuais, todas elas se espelharam nas divas das décadas de 1950 e 1960,  imitando posição de palco, respiração ao cantar nos clipes, menos o talento. Por que é  díficil existir duas Aretha Franklin, Diana Ross, Billie Holiday, Etta James, Roberta Flack entre outras. 

   Com Duffy ocorre o mesmo. É bonita de rosto e de pernas (atrativos bem explorados pela indústria da música, fazendo o público comprar CDs e assistir aos shows, impulsionados pela beleza do artista em vez do talento.

  Quem já ouviu o hit "Shout", gravado pela banda The Isley Brothers (de onde saiu o mago da guitarra Jimi Hendrix em 1965) e depois regravado pelos Beatles, na voz de Lulu, intérprete da famosa canção "To Sir With Love", trilha sonora do filme ao Mestre com Carinho, que estourou nos cinemas no final da década de 1960. São idênticos o jeito de cantar, até a voz é parecida. Ela também é atriz, assim como Lulu. Só o cabelo de Duffy que é comprido. Provavelmente os produtores dela observaram a postura artística de Lulu e recomendaram Duffy a segui-la, para ganhar destaque no Show Biz. Só falta ela encontrar um namorado de banda famosa para o quadro se fechar. Lulu casou-se com um dos irmãos Bee Gees.

  Duffy nasceu em Gywenedd, País de Gales em 1984. Interessou-se pela música por causa do pai, John Duffy, e da apresentação que ele fez no show de rock Ready Steady Go! (o mesmo que Lulu cantou, só que em 1965). A menina assistiu e gostou. Com dez de idade, após a separação dos pais, Duffy se muda para Walws com a mãe e a irmã gêmea. Cinco anos depois retorna a Gywenedd e passa cantar em algumas bandas. Tentou a sorte num concurso na Suiça, mas levou congo. Atirou no American Idon do País de Gales e ficou em segundo lugar.

   Em 2008 lançou o primeiro CD, Rockferry. O álbum vendeu bem. No Reino Unido acabou distribuído pela Mercury Records, atingindo 1 milhão de cópias. Nos Estados Unidos, pela A&M Records (gravadora fundada pelo excelente pistonista  Herbert Alpert), chegou a 500 mil cópias. Neste álbum, além dos hits "Rockferry", despontou também "Warwick Avenue" e "Mercy". No final daquele ano, ela lançou nova versão do primeiro disco, Rockferry: Deluxe Edition, CD duplo com as músicas de trabalho "Stepping Stone" e "Rain On Your Parade". 

  O ponto alto de Duffy é ter escolhido a Soul Music como guia em suas canções, em vez de gêneros água com açúcar que os executivos de gravadoras adoram empurrar sobre seus artistas contratados. Calcula-se que ela já tenha vendido mais de 6 milhões de CDs em todo o mundo. Em 2009 ganhou o Grammy de Melhor Álbum Pop Vocal com Rockferry. No ano seguinte colocou no mercado o álbum Endlessly.