O som instrumental dos The Meters colaborou com o surgimento da Funk Music nos Estados Unidos, na década de 60 |
Quando se fala em Funk Music (o som legítimo nascido nos Estados Unidos na década de 1960) não se deve esquecer da banda The Meters, de New Orleans, berço de inúmeros Bluesman. Além de contribuir para divulgação desse ritmo 53 anos atrás, também serviram de grupo de apoio para inúmeros artistas, inclusive abrindo shows para os Rolling Stones em turnês em 1975 e 1976 na Grã Bretanha. Tinha grande facilidade em hits instrumentais, enquando James Brown e Sly Stone investiam em canções vocais.
The Meters levava o público à loucura com o som sincopado, excelente percursão e ótimos riffs de guitarra, ganhando admiradores como o ex-Beatles Paul McCartney e Robert Palmer. Aliás, ambos utilizaram essa banda como músicos de suporte em gravações de discos. Curioso que apesar da excelente qualidade, o pessoal da The Meters nunca estourou em proporções assustadoras nas paradas de sucesso dos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, apogeu deles.
A maior contribuição dos The Meters é deixar um som que forneceu base para o Funk e Hip-Hop dos anos de 1980 e 1990 (esse dado desmente a mentira de que o Funk nasceu no Rio de Janeiro, como insistem alguns pseudo críticos musicais, que desconhecem os nomes das sete notas musicais). Ao longo da carreira, a banda foi liderada por Art Neville (teclado e vocais), grande figura da comunidade musical de New Orleans, Sul dos Estados Unidos. Na adolescência, época de Ensino Fundamental, já havia gravado o hit " Mardr Gras Mambo", com seu primeiro grupo, The Hawketts, na Chess Records.
No começo da década de 1960, eles foram para as gravadoras Specialty e Instant. Ali lançaram diversos singles, que alcançaram sucesso na região de New Orleans. Seis anos depois, Neville e os irmãos Aaron e Charles (vocalistas), Leo Nocentelli (guitarra), Joseph "Zigaboo" Modeliste (baterista) e George Porter (baixo), criaram os The Meters. Surgiram de jam sessions realizada em casas noturnas de New Orleans. Passaram algums meses usando o nome de Sounds. Logo os produtores Allen Toussaint e Marshall Sehorn os contrataram, sem os vocalistas, para músicos de esúdio da Sansu Enterprises Records.
Na Sansu gravaram hits para Earl King, Lee Dorsey, Chris Kenner e Betty Harris. Também tocaram e gravaram por conta própria singles instrumentais para a Josie Records. São dessa época as canções "Sophisticated Cissy" e "Cissy Strut", com essa última tornando-se Top Ten na para de R&B de 1969. Depois emplacaram "Look-Ka Py Py" e "Strut Chicken". Ficaram na Josie Records até 1972. Nessa época chegaram sempre ao R&B Top 50.
Em seguida assinaram contrato com a Reprise Records, onde brilhavam feras como Trini Lopez entre outros. Porém preferiram na cortar laços comerciais com a Sansu Enterprises Records, optando por manter Toussaint como produtor e Sehon na gerência. Mesmo sem estourar nas paradas, continuou alto o cacife dos The Meters em sua nova casa. Participaram de gravações para Robert Palmer, Dr.John, LaBelle, King Biscuit Boy e Paul McCartney. Em 1975 lançaram o álbum Fire on the Bayou, antes já havia explodido com o hit "Hey Pocky A-Way", ganhando vários seguidores admiradores entre os críticos.
O ano de 1975 marcou a entrada da banda no projeto Wild Tchoupitoulas com Art´s Uncle e cousin George e Amos Landry, dois membros do Mardi Gras. Landrys, os dois irmãos Neville (Aaron e Charles), Art e Cyril entraram na gravação do álbum, muito elogiado pela crítica no lançamento ocorrido em 1976. Mas os elogios não serviram para impedir o constrangimento que a banda sofreu ao apostar num som característico. Em 1977, eles deixaram Toussaint e Sehorn, para ficar no controle da direção artística de seus trabalhos.
Lançam o álbum New Directions. Mas os antigos produtores reivindicaram os direitos do nome da banda. Jogaram a toalha. Art e Cyril criaram o grupo The Neville Brothers, com Aaron e Charles, enquanto o trio restante ficaram como músicos em New Orleans. Modeliste virou músico profissional bem sucedido, em turnê com The New Barbarians em 1979 e mudou-se para Los Angeles durante a década de 1980.
Na década de 1990 os The Meters se reuniram numa turnê. Russel Batiste assumiu a vaga de Modeliste na bateria. Quatro anos depois Nocentelli saiu do grupo, abrindo espaço para Brian Stoltz. Ele já havia tocado no The Neville Brothers. Até o final dos anos de 1990 eles prosseguiram realizando diversos shows. Foi nessa época que surgiram rumores do real motivo do atrito entre Art e Nocentelli: ambos não queriam que o som da banda servisse de samplers aos grupo de Hip-Hop norte-americanos.