Gary Clark Jr., é uma massagem nos ouvidos quando está com sua guitarra nas mãos. Mistura Blues, Rock, Soul e outros ritmos. Ao entrar nas paradas da Billboard, ninguém estranhou, mesmo com o CD tendo sido lançado a duas semanas. Apesar da pouca idade, é mestre em valorizar a velha escola dos gêneros que fizeram o nome da Black Music nos Estados Unidos.
O último álbum, Bright Lights, lançado em agosto de 2011 já vendeu 80 mil cópias. Ao longo de 2012, a Capitol Records o colocou em diversas festivais norte-americanos. Ele passou os últimos 18 meses em turnês. O CD Black and Blu mostra que seu tempo de estrada não foi desperdiçado.
Nascido em Austin, Clark Jr., começou a tocar guitarra aos 12 anos. Durante 18 anos ganhou vários prêmios. Um de seus mentores foi Jimmie Vaughan, peça chave na ligação dele com Eric Clapton, que o levou ao Festival Crossroads e abriu as portas para o sucesso. Antes tinha lançado três álbums pela Hotwire Unlimited. Mas a crítica sabia que dentro de pouco tempo sua habilidade na guitarra seria reconhecida. Aliás, quem assistiu ao último show de Eric Clapton no Brasil, em outubro de 2011, pode ver do que Clark Jr., é capaz de fazer com sua guitarra.
O empenho dos produtores Mile Elizondo e Rob Cavallo foram determinantes no sucesso de Clark Jr., pois tiveram a humildade de respeitar sua visão na gravação de Black and Blu. Ali é visível o virtuosismo de alguém que sabe tocar bem. São lindos os seus solos. Algo meio difícil atualmente, por causa de vários artistas de proveta, sem nenhum talento.
Algumas pessoas o comparam a Lenny Kravitz, mas elas não persistem. Basta ouvir "When My Train Pulls In". A canção mostra as influências do Blues da década de 1970. Mesmo com quase oito minutos, o tempo voa. "Black and Blu" é outra beleza da Soul Music. A receita dele é misturar som robusto de guitarra, vocal combinando com as letras, como ocorre em "Travis Country", um belo e cativante Rock , mais parecendo Chuck Berry. Caso não se perca nas armadilhas da estrada do show biz, Clark Jr irá longe.