Luís
Alberto Alves
A história da vida de Eva Cassidy se parece
com enredo de filme dramalhão. Nascida em Washington, a garota tímida ganhou
respeito como intérprete magistral de qualquer gênero musical por causa da sua
agilidade técnica e paixão em pesquisar o lado emocional de qualquer trabalho
musical que colocasse sua voz.
Mesmo com este
potencial, as gravadoras não se interessavam pelo seu trabalho, por causa do
repertório eclético. Por lado ela não aceitava usar a camisa de força imposta
pelo show biz. Só em 1996 começou a fazer pequenos discos, quando apareceu um
câncer em sua vida, se espalhando por todo o corpo. Após sua morte, sua música
ganhou o coração dos DJs e sua antologia vendeu 1 milhão de exemplares na
Inglaterra.
Nascida em 1963 em
Oxon Hill, Maryland, aos nove anos já gostava de cantar, inclusive Jazz e Folk.
Logo aprendeu a tocar guitarra. Não demorou em surgir um conjunto familiar, que
passou a se apresentar nos parques da cidade. Na adolescência cantou numa banda
de Pop/Rock, Stonehenge enquanto cursava o Ensino Médio.
Depois engatou a marcha como backing vocal em
conjuntos de amigos. Em 1986 um amigo sugeriu que ela colocasse sua voz numa
balada pop. No estúdio conheceu o produtor Chris Biondo, que ficou
impressionado com seu talento. A partir dali iria sempre aquele local para
fazer backing vocal em diversos discos, inclusive em canções de Black Music.
Em 1991 juntou
forças com o funk man Chuck Brown, que até não tinha conhecido o gosto doce do
sucesso. Ao seu lado gravou Jazz e Blues e Soul. Passaram a se apresentar em
Washington. Perdeu a insegurança dos shows ao vivo. As gravadoras passaram a
correr atrás dela.
Três anos depois, já
com o câncer estourando no seu pescoço, a Blues Notes Records apostou no
talento Eva numa levada Jazz/Pop da Filadélfia, conhecida como Pieces of a
Dream. Saiu o single “ Goodbye Manhattan”. Em 1996 fez dois shows no D.C. Club
Blues Alley. Dali saiu o disco Live at Blues Alley, reunindo canções que cantou
ali.
Seria o único álbum
solo de sua vida. Mudou-se para Annapolis e resolveu pintar murais em escolas.
Passou a ter problemas de saúde. Uma radiografia revelou o seu quadril
quebrado. Exames mostraram que o câncer havia se espalhado por todo o corpo,
atingindo pulmões e ossos.
Num show beneficente
teve forças para soltar a linda voz, quando interpretou “What a Wonderdul World”.
Poucos dias depois morreu O disco que ela havia trabalhado com Biondo antes de
sua partida final, Eva by Heart saiu pela Liaison Records em 1997. Quando a
cantora de Folk Music, Grace Griffith passou a interpretar os hits de Eva, o
público britânico começou a procurar seu disco.
A BBC apresentou
programas contando sua vida. Em 2000 saiu um CD, Time After Time, trazendo 12 músicas inéditas (oito de estúdio
e quatro ao vivo). Em 2011 saiu outros discos, como Simply Eva, incluindo
composições desconhecidas e em 2015 veio The Best of Eva Cassidy, com 31
canções de 1996.